Hoje guardei minha caneta de escrever tristezas, são verdades sombrias o que se pode escrever com elas, mais são verdades e quase todo o resto é mentira, são impressões de um tempo que não corre, de uma vida que voa alto, perto de onde, talvez, eu não quisesse ter chegado, mais hoje não. Hoje ela está guardada.
São inacreditáveis os efeitos do espírito humano, tu assopras toques cálidos e eu mordo desejos, sua língua, cada vez mais distante, inocula pudores enquanto a minha, cada vez mais dentro, se lança em uma fuga contra o tédio, sempre mais fundo, sempre em fuga.
Toda castidade, todos os pudores ou tudo mais que o valha não passam de uma embriaguez enganosa que, nos absorvendo o resultado dos sentidos, coloca-nos em tal estado que não mais enxergamos e só passamos a existir para esse objetivo pregado de maneira celestial. Isso é viver?
Enquanto alguns encontram motivos para se privar voluntariosamente de todas as doçuras da vida eu escolho a febre, desta que devora e proporciona outras felicidades além do metafísico, que te coloca em efeitos semelhantes ao da loucura, que inflama seu entendimento e faz arder voluptuosamente o espírito.
Que outra voz senão a da natureza nos sugere a entrega aos gozos e vícios? Como encerrar os ouvidos a tais apelos?
Às vezes me sinto condenado a conviver com pessoas que teimam em esconder-se aos olhos dos outros, em ocultar os próprios vícios para só nos oferecer as virtudes, como se a dissimulação e a hipocrisia fossem necessidades impostas pela sociedade. Comportamentos mesquinhos que levam algumas almas libertas a se contaminarem com esses lamentos de existência e se sentirem corrompidos.
A mediocridade da sociedade é um golpe de violência imensurável, mais hoje não, hoje a caneta está guardada.
São inacreditáveis os efeitos do espírito humano, tu assopras toques cálidos e eu mordo desejos, sua língua, cada vez mais distante, inocula pudores enquanto a minha, cada vez mais dentro, se lança em uma fuga contra o tédio, sempre mais fundo, sempre em fuga.
Toda castidade, todos os pudores ou tudo mais que o valha não passam de uma embriaguez enganosa que, nos absorvendo o resultado dos sentidos, coloca-nos em tal estado que não mais enxergamos e só passamos a existir para esse objetivo pregado de maneira celestial. Isso é viver?
Enquanto alguns encontram motivos para se privar voluntariosamente de todas as doçuras da vida eu escolho a febre, desta que devora e proporciona outras felicidades além do metafísico, que te coloca em efeitos semelhantes ao da loucura, que inflama seu entendimento e faz arder voluptuosamente o espírito.
Que outra voz senão a da natureza nos sugere a entrega aos gozos e vícios? Como encerrar os ouvidos a tais apelos?
Às vezes me sinto condenado a conviver com pessoas que teimam em esconder-se aos olhos dos outros, em ocultar os próprios vícios para só nos oferecer as virtudes, como se a dissimulação e a hipocrisia fossem necessidades impostas pela sociedade. Comportamentos mesquinhos que levam algumas almas libertas a se contaminarem com esses lamentos de existência e se sentirem corrompidos.
A mediocridade da sociedade é um golpe de violência imensurável, mais hoje não, hoje a caneta está guardada.